Ensinando Pensamento Crítico: sabedoria prática

Autora: Bell Hooks.

São Paulo: Elefante, 2020.

                                        

 

Joyce Alves da Silva

Leandro Rodrigues Nascimento da Silva

Eliezer Gonçalves Cordeiro

ufrrjoyce@gmail.com

leandrosalesufrrj@outlook.com

cordeiroeliezer950@gmail.com

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

 

 

 

Recibido:  29-12-2022

Aceptado: 10-04-2023

 

 

A mais recente obra traduzida no Brasil da professora, feminista norte-americana e importante intelectual negra da contemporaneidade, bell Hooks, se chama “Ensinando Pensando Crítico: sabedoria prática”. Traduzido no ano de 2020, a obra se divide em 32 capítulos, os quais são chamados de “ensinamentos” pela autora, o que, de fato, o são. Logo no início da obra, a autora situa o/a leitor/a sobre de que lugar ela tecerá suas observações sobre o espaço da escola e as relações de ensino-aprendizagem nesses espaços.

Assim, Hooks revela que, ao iniciar a sua vida estudantil, ainda nos níveis elementares do ensino formal nas escolas dos Estados Unidos da América (EUA), mais precisamente em Kentucky, em 1950, a segregação entre negros e brancos era uma realidade.

A escola na qual ela estudou era destinada somente a pessoas negras. Porém, a autora relata que teve muita sorte porque os/as professores/as daquela instituição se preocupavam que os/as seus/suas alunos/as tivessem uma “boa educação”. Para os profissionais citados, ter uma “boa educação” era ir além do manual de conteúdos disponíveis e, de maneira geral, conscientizar os seus alunos sobre as questões de justiça social. Daí, saímos da introdução da obra ora resenhada e chegamos ao primeiro ensinamento – capítulo 1 – o qual é intitulado de “O pensamento crítico”. Nele, a escritora prima a discussão pela colocação de que pensar é um ato, uma ação. Se o/a educador/a quer fazer dos seus/suas alunos/as seres humanos melhores, se o/a educador/a acredita no poder das ideias, então, ele/a precisa ensinar os/as seus/suas aprendizes a exercitarem o pensamento. Como diz a autora, os pensamentos são laboratórios que produzem o ambiente abstrato basilar para o efetivo desenvolvimento da articulação entre teoria e prática. A essa articulação primorosa, a obra chamará de “pensamento crítico”. Isto é, o anseio por saber, que se inicia das conjecturas ideativas, é o cerne do pensar criticamente.

Assim, a autora chama a atenção dos/as educadores/as para que estes/as partam de algo que é inerente a todo ser humano: a vontade de saber; a vontade em compreender o funcionamento da vida que lhe circunda, que lhe apraz ou desapraz. bell Hooks ensina que partir dessa vontade orgânica do humano para ensinar a pensar criticamente é fundamental, pois, assim, boa parte do esforço, da energia do/a profissional será poupada. Perguntar é o que move as crianças, os pais das crianças, os/as avôs delas; as perguntas não têm data de validade. Por isso, diz-nos Hooks, que a formalidade exacerbada, a subserviência e obediência malfazeja em uma escola são obstáculos que informam e conformam as nossas crianças no pensamento errôneo de que pensar é algo perigoso. Não! Taxativamente, pede-nos Hooks que a escola não produza alunos/as os/as quais creditarão medo à mente pensante.

O capítulo 1 traz a crítica e a proposta em suas leves páginas. A crítica, expusemos, mas e a proposta? É simples: a escola deve desenvolver o pensamento crítico, e este se faz por meio do ensino consciente de se utilizar no dia a dia palavras curtas que nos auxiliam nas descobertas das coisas extensas. “Quemenvolve descobrir os agentes participantes de uma ação ativa, passiva, reflexiva; “o quê” nos auxilia a descobrir o objeto, o fato, o ato; “quando” contextualiza, data, engendra origens que nos apoiam nas análises dos meios, dos percursos, e, hipoteticamente, dos fins; “onde” localiza, circunscreve, particulariza para não nos permitir falhar na generalização simplista; e, por fim, o “como” infinda as possibilidades de respostas aos métodos de como algo se deu, se estabeleceu, se desestruturou etc. Essa é uma fórmula simples, mas não simplória, que bell Hooks nos diz que é por onde devemos iniciar as provocações que culminarão no pensamento crítico. “Pensar sobre pensar, ou pensar conscientemente sobre ideias, é um componente necessário do pensamento crítico”. (Hooks, 2020: 34).

No “ensinamento 2” – capítulo 2 –, cujo título é “Educação democrática”, a obra se dedica a discorrer sobre o baixo interesse dos/as alunos/as em nível mundial sobre os debates que envolve democracia. A obra salienta que, viver numa democracia, diferentemente do que a juventude pode imaginar, não é uma condição inata. É preciso trabalhar firme e constantemente para manter o regime democrático. A obra chega em boa hora – ou, talvez, deplorável hora – em que o Brasil sofre constantes ataques, por parte do próprio presidente da república Jair Messias Bolsonaro, aos seus pilares democráticos e os meios de asseguração dos mesmos, como é o caso das urnas eletrônicas, as quais garantem eleições justas, limpas e auditáveis pelas autoridades competentes. Segundo a obra analisada, o pensamento crítico promove outro conceito importante que é o da “educação libertadora”. libertação quando se ensina sobre democracia nas escolas e como funciona o sistema para que ela permaneça firme. A autora nos conduz a pensar que, em um ambiente onde o aprendizado não é valorizado – vide o caso do Brasil por ilação nossa, dos autores desta resenha, que desde 2018 tem investido cada vez menos em educação – a democracia não consegue prosperar. Isto é, a falta de investimento em educação é o limiar de um projeto de solapar a democracia.

O “ensinamento 3” – capítulo 3 – discorre sobre como o/a professor/a pode criar na sala de aula uma metodologia de pedagogia engajada. De acordo com a obra, o primeiro passo dessa metodologia é sempre iniciar as aulas fazendo uma rodada de apresentações entre os/as alunos/as. A autora relata que, em sua experiência como professora, todas as vezes em que ela fazia isso, percebia que a atmosfera da sala de aula mudava, ficava mais leve. No momento da apresentação, os/as discentes falavam do que precisavam, de onde vinham etc. Para o/a educador/a engajado é fundamental esse conhecimento para se ter um perfil, uma caracterização da turma a ser atendida. Em síntese, a autora defende que a sala de aula precisa promover um ensino “integral”, e a raiz dessa palavra é “inteireza”. Portanto, a pedagogia engajada é aquela em que convida os/as participantes a estarem por inteiro na sala de aula.

Chegando aoensinamento 4”, teremos um eixo de debate que gira em torno da descolonização – de raça, de gênero, política, econômica e educacional. Defendendo uma articulação pela luta de direitos, a educadora norte-americana defende que o mais importante movimento social que provocou mudanças fulcrais na sociedade estadunidense foi o movimento feminista. Porém, ainda não era satisfatório os seus reflexos sem a articulação às demandas das classes e da raça. Quando essa articulação ocorreu, de fato, todos os preconceitos passaram a ser questionados. Desse ensinamento, notamos que a defesa da autora se faz no sentido de que não luta isolada. Chegando aoensinamento 5”, a ideia de “integridade” na sala de aula é retomada e aprofundada, porém, voltada à formação dos/as educadores/as. A obra nos diz que se a integridade é benéfica, ela pode ser também traduzida como impertinente no sentido de que educadores/as conservadores/as, formados/as de forma integral em visões imperialistas, capitalistas e supremacistas levarão para a aula essa inteireza de pensamento, todavia, não focada no/a aluno/a, mas sim em sua própria ideologia.

O “ensinamento 6” é um dos mais poéticos da narrativa. Nele, vemos uma bell Hooks particular, descrevendo com detalhes que chegou à teoria pela dor da discriminação e que, por isso, tinha muito nítido o seu propósito de educar. É sobre, então, o propósito de ser educador/a que este ensinamento discorre. Este último e curto ensinamento, engendra outro, que é o “ensinamento 7”. Nele, a obra dirá que todo propósito carece de colaboração para se efetivar. Não à toa, o tema central do capítulo 7 é o de colaboração. Fazendo jus ao tema da seção, a autora o escreve junto com o filósofo Ron Scapp, e justificam que os estudos de gênero não podem se prender a uma única área do conhecimento, sob pena de se aprisionarem em um caminho unidimensional. Isto é, as redes colaborativas potencializam as lutas, substanciam as alianças e expandem as possibilidades de conquistas. Citando Paulo Freire, bell Hooks nos dirá que, melhor do que ninguém, foi ele quem nos ensinou que a educação deve ser libertadora; porém, a liberdade é uma luta constante.

No “ensinamento 8”, o foco será dado à conversação. A autora defende que aprender conversando é mais profícuo do que aprender ouvindo. A conversação não deve ser vista como ações debilitantes do ensino; deve, antes de tudo, ser vista como ferramenta pedagógica capaz de tratar os problemas propostos pelos/as professores/as de maneira a colocar o/a aluno/a por inteiro, novamente esta ideia da integridade, no debate. O “ensinamento 9” é uma continuação sutil do “ensinamento 8”. Isso porque ele postula que a melhor maneira de se começar algum processo de ensino é contando histórias. Não à toa fazemos isso nas teses, nas dissertações e textos de outro gênero acadêmico; iniciamos pelos memoriais, que nada mais são do que umacontação” particular de histórias. Isso cria o que a autora chama de “comunidade de aprendizagens”. Isto é, contar e receber outras histórias. É um ritual que gera comunhão. “O ensinamento 10” é bem curto, assim como os outros que se seguirão, e continua na visão prática de que as histórias em sala de aula precisam ser compartilhadas, porque são em suas diferenças que encontraremos os pontos comuns. No “ensinamento 11”, dedicado ao tema da imaginação, bell Hooks defende a luta por direitos sociais e políticos como algo que pode ser pensado de maneira utópica. Nada pode vir a ser, diz a autora, se antes não for imaginado. A utopia é considerada, nessa perspectiva, como um marcador temporal que, de maneira animadora, pode se tornar realidade.

A partir do “ensinamento 12”, o livro tenderá por um magnífico caminho, e que todo/a palestrante deveria seguir. Refletindo sobre sua trajetória de muitas falas em público, a professora feminista diz que auditórios para palestras com grandes públicos a deixam aterrorizada, isso porque ela identifica que, taxativamente, uma palestra é menos eficaz do que uma oficina em roda de conversa. Essa constatação advém pela premissa anterior que expusemos aqui: na sala de aula, nas oficinas é possível conhecer as pessoas; no grande auditório, não. Em síntese, a autora conclui que quando passarmos a levar a sério o ensino e o aprendizado, as palestras deixarão de ocupar o papel central nas programações universitárias. O “ensinamento 13” é leve, polêmico para os/as mais conservadores/as, e necessário para os/as estudantes contemporâneos/as. Ele fala do papel do humor na sala de aula e relata a graça que era feita entre alunos/as e professora – no caso a bell Hooksquando esta chegava e via seus/suas alunos/as a imitando. Ali, na sala de aula, não havia o que esconder dos pais e dos/as responsáveis, os meninos e as meninas a imitavam. E todos/as eram felizes no jogo de performar a professora bell. No “ensinamento 14” a obra nos convida, literalmente, a refletir sobre os dois choros existentes em uma sala de aula: o dos/as professores/as, e o dos/as alunos/as. O primeiro, pode ser por descontentamento com a estrutura do trabalho; e, o segundo, pode ser para chamar a atenção do redor, ou também, para distrair o assunto da aula. De acordo com Hooks, o choro, as emoções na sala de aula são, antes de tudo, uma faca de dois gumes.

Tratando a sala de aula como um lugar de conflitos, o “ensinamento 15” descreverá como o tema da segurança em sala de aula passou a ser pensado a partir do momento em que as escolas e universidades se tornavam mais diversas, em especial, com a entrada de pessoas não brancas nesses espaços. Em continuação, o “ensinamento 16” fala da revolução que o movimento feminista provocou na área da educação. Antes dele, a autora postula que o aprendizado era feito com base numa dominação patriarcal em que se ensinava que homens eram mais capazes do que mulheres de aprender os conteúdos ministrados. “A educação era usada como ferramenta para reforçar o sistema político do patriarcado” (HOOKS, 2020, p. 145). No “ensinamento 17”, a autora particulariza a narrativa e conta um pouco sobre a sua trajetória acadêmica fazendo uma distinção necessária entre supremacia branca e racismo. Ela relata que muitos/as amigos/as seus/suas de profissão eram racistas sem, necessariamente, serem supremacistas brancos. Como exemplo, ela explica que a supremacia branca é achar que negros/as são inferiores aos brancos e intelectualmente desfavorecidos/as; porém, isso não quer dizer que educadores/as brancos pensam em dominar as pessoas negras, porque, muitos, aliás, advogam por uma sala de aula mais “diversa”. De uma forma ou de outra, a ação discriminatória, ao nosso ver, é presente, quer seja no plano simbólico ou no material. Isso porque a autora relata que, percebia mais a postura racista quando era chamada de “raivosa”. Ela identifica que isso estava na cultura midiática, que sempre representava mulheres negras com raiva, furiosas. Segundo ela: “Geralmente, os indivíduos que me acusavam de ser raivosa estavam mascarando a própria raiva por serem confrontados e desafiados” (Hooks, 2020: 159).

Como um alongamento dessa reflexão sobre raiva e ódio no que tange os temas de educação, o “ensinamento 18” diz que é possível superar o ódio por meio do aprendizado. Porém, para isso, era preciso mudar o cânone dos/as autores/as ocidentais tidos como ótimos. Raça e escrita têm uma potência que engendra sentimentos, principalmente em alunos/as pretos/as. É um capítulo que nos convida a repensar nossos currículos enquanto instrumentos de luta política, de conscientização. Chegando aoensinamento 19”, bell Hooks defende algo que consideramos basilar: uma sala de aula de pedagogia engajada, feminista, não é uma sala de aula desordenada. A obra reconhece que professores/as estão hierarquicamenteacima” dos/as alunos/as, que ambos atores são diferentes no processo de ensino-aprendizagem, mas, essa hierarquia não pode se tornar em dominação. O “ensinamento 20” fala da importância de se incentivar as pessoas a frequentarem o espaço escolar, e diz também que os/as professores/as, por honra e responsabilidade, não podem ser os primeiros/as a se colocarem contra o ensino fazendo quaisquer desencorajamentos que seja à população no que tange adentrar o espaço citado. A educação, diz a obra, é importante para todos/as em termos de autorrealização, autodesenvolvimento. Nessa mesma perspectiva, o “ensinamento 21” pauta a questão da autoestima. O/a professor/a, no exercício de sua função, deve ser um promovedor da autoestima dos/as alunos/as. Potencializar e não minorar o/a estudante é função fulcral e desejável para o corpo docente.

No “ensinamento 22”, bell Hooks relata a sua experiência com o mundo da leitura e o prazer que ela tinha em valorizar esse gosto. Ela traz algo que se aplica aos pais e às mães de milhares de adolescentes que questionam o motivo dos/as seus/suas filhos/as não lerem quando, na verdade, eles antes, os/as responsáveis, não são leitores/as. A obra relata que os pais da autora eram leitores e valorizavam a educação como ferramenta para a mobilidade social; bell Hooks herda dos pais não dinheiro ou capital financeiro, mas herda um capital cultural que faz de si uma das mais respeitadas teóricas feministas da atualidade. Chegando aoensinamento 23” veremos um texto que mais precisamos guardar e reproduzir em ideias; ele fala dos motivos de se optar por querer ser intelectual em uma sociedade anti-intelectual. Um desses bons motivos para ser intelectual é justamente o reconhecimento da força das ideias. Para os/as intelectuais, a autora salienta que o trabalho desses indivíduos é produzirem uma crítica que expanda o pensamento, e não uma crítica de ataque, meramente. Fica saliente aos/às intelectuais futuros/as que, um exercício primordial dessa ocupação ora falada é o da escrita. O/a intelectual tem de estar preparado para se dedicar ao trabalho solitário, porque escrever é solidão; é estar consigo mesmo e com suas ideias a fim de organizá-las fisicamente. Assim como os demais, o “ensinamento 24” narra a experiência da autora com a escrita de livros infantis. Sendo um ensinamento importante para quem trabalha com educação não-formal, o texto diz que ensinar fora dos muros da escola é uma forma de assegurar a educação democrática e acessível a todos/as.

Os “ensinamentos 25 e 26” se articulam porque, o primeiro, falará da espiritualidade, o segundo, trabalhará a ideia do toque, do afeto, dos sentidos e da leveza de se relacionar entre corpos, antes de quaisquer palavras. Isso é possível ao humano pela ligação espiritual que temos com as pessoas, o universo que nos cerca, o mundo em que estamos e somos. Portanto, não tem a ver com a prática religiosa, mas, sim, com uma experiência mística. Essa experiência amplia a consciência e o estudo, por assim dizer, possui exatamente esta função. O “ensinamento 27” se debruça sobre o tema do amor; mas não o amor fácil, da primeira impressão, porém, o amor de todo dia; o amor do esforço contínua pelo/a outro/a, por si, pela profissão, à vida. O amor na sala de aula, diz-nos em suas palavras bell Hooks, empodera o mundo! Muito bem costurado ao 27, o “ensinamento 28” é curto e objetivo: a revolução feminista e os movimentos sociais precisam, cada vez mais, produzirem em sua estrutura interna o amor que cura, que conecta. Nesse ensinamento, bell Hooks fala de, por pensar dessa maneira sobre o amor, um sentimento que deve ser propagado, ela se motivou a escrever uma trilogia sobre o assunto. No “ensinamento 29” veremos ressurgir a ideia de interseccionalidade e a luta por igualdade e direitos para além da raça e do gênero. Como exemplo desse tipo de luta, Hooks cita a feminista negra e lésbica Audre Lorde que, para além da raça e do gênero, lutava pelo legítimo direito do exercício de sua orientação sexual. O “ensinamento 30” é uma extensão do 29 e permanece falando de Audre Lorde e a importância que ainda em se falar de sexo; não enquanto um órgão, mas enquanto uma prática que envolve privilégios, erotismo e, por isso, poder. “[...] No desejo sexual, em atos sexuais, muita coisa que não é igual. Quero reproduzir a igualdade erótica mesmo que eu também saiba que desigualdade não precisa levar à dominação. [...]” (Hooks, 2020: 267).

Nos últimos doisensinamentos”, 31 e 32, a autora faz uma belíssima discussão sobre ensino, profissão docente e o ofício de profeta. Para a educadora, ensinar é uma profissão de profeta. Ela exige serviço, inteireza, lealdade, sacerdócio, praticamente. Para além disso, assim como os profetas, educadores/as são silenciados/as, perseguidos, desacreditados. Porém, anunciam um mundo que, por mais distante que possa aparecer, acaba por se consubstanciar. A profissão profética exige que sejamos audaciosos, destemidos e provocadores de mundos. Por fim, nas páginas finais da obra, o encerramento se mediante a retomada de alguns parágrafos reflexivos sobre o que foi aprendido acerca do pensamento crítico. Além disso, nas palavras finais, a autora nos indica ouvirmos a inteligência emocional, que, segundo ela, é intuitiva e potente para a plena expansão da consciência. Com isso, vemos que a obra ora resenhada não representa um livro de teorias racionalizadas ao extremo, ignorando o sentimento, o espiritual. Muito ao contrário disso, é uma obra plena, que reflete o/a homem/mulher educador/a holisticamente.

 

 

Bibliografia

 

 

Hooks, Bell (2020): Ensinando Pensamento Crítico: sabedoria prática. São Paulo: Elefante.

 

Akotirene, Carla (2020): Interseccionalidade. São Paulo: Editora Jandaíra.