Mulher “de classe”: desigualdades corporificadas nas telenovelas brasileiras da Rede Globo
DOI:
https://doi.org/10.18002/cg.v0i16.6943Parole chiave:
gênero, classe social, desigualdades, telenovela, poderAbstract
Este artigo parte da premissa de que a ideologia dominante é aquela em que a identidade feminina, assim como as classes mais baixas, é submissa. Sendo assim, propomos articulações possíveis entre as categorias de gênero e classe social - adotada através da matriz bourdiana - para estudos de telenovela, problematizando empiricamente as formas com que o melodrama atua na reprodução das desigualdades não apenas de classe, mas também de gênero. Nosso objetivo é, com base na sociologia bourdiana e nos conceitos de habitus, distinção, estilo de vida, capitais e corpo de classe, identificar como as mulheres de diferentes classes sociais têm sido representadas nas telenovelas brasileiras da Rede Globo na década de 2010. Os dados apontam que, mesmo as tramas que trazem identidades femininas inovadoras para o gênero melodramático acabam reproduzindo o discurso hegemônico dominante vigente há meio século, principalmente através dos usos sociais do corpo feminino.
Downloads
Métricas alternativas
Riferimenti bibliografici
Almeida, Heloisa (2013): “As mulheres e as imagens da televisão. In: Venturi, Gustavo; Godinho, Tatau”. Em: Gustavo Venturi e Tatau Godinho (orgs.): Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado: uma década de mudanças na opinião pública. São Paulo: Perseu Abramo, SESC, pp. 52-80.
Borges, Carlise (2011): “Marcas não desejadas na televisão brasileira: uma breve análise do capital físico das atrizes globais”. En: Revista Panorama, edição on line num. II – nov, pp. 7-19.
Bourdieu, Pierre (1983): “Esboço de uma teoria da prática”. Em: Renato Ortiz: Pierre Bourdieu. São Paulo: Ática, pp. 46-81.
Bourdieu, Pierre (2007): A distinção: crítica social do julgamento. 2.ed. rev. Porto Alegre: Zouk.
Bourdieu, Pierre (2012): A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Bourdieu, Pierre (2014): “Notas provisórias sobre a percepção social do corpo”. Em: Pro-Posições, Campinas, vol. 25, nº. 1, pp. 247-256.
Carneiro, Marília; Mühlhaus, Chris (2003): No camarim das oito. Rio de Janeiro: SENAC.
Davis, Angela (2016): Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo.
Depexe, Sandra (2015): “Distinção em 140 caracteres: classe social, telenovela e Twitter”. Tese (Doutorado em Comunicação), Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria.
Escosteguy, Ana Carolina e Sifuentes, Lirian (2011): “As relações de classe e gênero no contexto de práticas orientadas pela mídia: apontamentos teóricos”. Em: Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, vol.14, nº.2, maio/ago, pp. 1-13.
García-Canclini, Néstor (1984): “Gramsci con Bourdieu. Hegemonía, consumo y nuevas formas de organización popular”. Em: Nueva sociedade, vol. 1, nº. 71, pp. 69-78.
Goffman, Erwin (2009): A representação do eu na vida cotidiana. Editora Vozes. Petrópolis.
Goldenberg, Mirian (1995): Toda mulher é meio Leila Diniz. Rio de Janeiro: Record.
Grohmann, Rafael (2016): “As classes sociais na comunicação: sentidos teóricos do conceito”. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação), Universidade de São Paulo, São Paulo.
Gshow (2015): “Vote: qual a gata mais quente do Morro do Macaca?·. Disponível em: http://gshow.globo.com/participe/noticia/2015/09/vote-qual-gata-mais-quente-do-morro-da-macaca.html [20/04/2021].
Hamburger, Ester (2005): O Brasil Antenado. A sociedade da novela. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Junqueira, Lília (2009): Desigualdades Sociais e Telenovelas: relações ocultas entre ficção e reconhecimento. São Paulo: Annablumme.
Leite, Andrea, Guerra, Lisete (2002): Figurino: uma experiência na televisão. São Paulo: Paz e Terra.
Lopes, Maria Immacolatta (2009): “Telenovela como Recurso Comunicativo”. Em: MATRIZes, vol. 3, nº. 1, pp. 21-47.
Marques, Camila (2015): “Figurino “de classe”: a construção social do corpo nas telenovelas nacionais”. Em: XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2015, Rio de Janeiro. XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/lista_area_DT4-FS.htm [12/04/2021].
Martín-Barbero, Jesús (2003): Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 2.ed. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ.
Mattos, Patrícia (2006a): “Dominação de Gênero e Classe: Referências Cruzadas”. Em: 30 Encontro Anual da ANPOCS, 2006, Caxambu. 30 ANPOCS, pp. 2-34
Mattos, Patrícia (2006b): “A mulher moderna numa sociedade desigual”. EM: Souza, Jessé (org.): A invisibilidade da desigualdade brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, pp. 1-34.
Memória Globo (2008): Entre tramas, rendas e fuxicos. O Figurino na Teledramaturgia da TV Globo. Rio de Janeiro: Editora Globo.
Memória Globo (2010): Guia Ilustrado TV Globo: novelas e minisséries. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Murdock, Graham (2009): “Comunicação contemporânea e questões de classe”. Em: Matrizes, vol. 2, nº. 2, p. 31-56.
Newton, Esther e Walton, Shirley (1984): “The misunderstanding: toward a more precise sexual vocabulary”. Em: Carole Vance (edit.): Pleasure and danger: exploring female sexuality. Boston: Routledg & Kegan Paul, pp. 56-140.
Ortiz, Renato (1983): Pierre Bourdieu. São Paulo: Ática.
Romano, Maria Carmem (1999): “As representações sociais dos pobres nas telenovelas”. Em: Revista Universidade Rural Série Ciências Humanas, Seropédica - Itaguaí - RJ, vol. 19-21, nº. 1-2, pp. 21-37.
Ronsini, Veneza et al. (2013): “Aspirações femininas: modelos da televisão e da vida”. Em: XXII Encontro Anual da Compós, pp. 1-15.
Ronsini, Veneza et al. (2016): “Telenovelas e a questão da feminilidade de classe”. Em: Matrizes, vol. 10, nº. 2, p. 45-60.
Ronsini, Veneza et al. (2017a): “Os sentidos das telenovelas nas trajetórias sociais de mulheres das classes populares”. Em: Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E- compós, Brasília, vol. 20, nº.1, jan/abr, pp. 1-17.
Ronsini, Veneza et al. (2017b): “Distinção e comunicação na apropriação da moda pelos fãs de telenovela”. Em: Immacolatta Lopes: Por uma teoria de fãs da ficção televisiva brasileira II: práticas de fãs no ambiente da cultura participativa. Porto Alegre: Sulina, pp. 173-210.
Ronsini, Veneza y Silva, Renata da (2011): “Apropriações da cultura (sem classe) da mídia”. Em: INTERCOM (São Paulo), vol. 31, pp. 55-74.
Scott, Joan (1990): “Gênero: uma categoria de análise histórica”. Em: Educação e Realidade, Porto Alegre, vol. 16, nº. 2, jul/dez, pp. 71 – 99.
Souza, Jessé (2009): “Prefácio”. Em: Lília Junqueira: Desigualdades sociais e telenovela. Relações ocultas entre ficção e reconhecimento. São Paulo: Anna Blume, pp. 5-10.
Sifuentes, Lirian e Ronsini, Veneza (2011): “O que a telenovela ensina sobre ser mulher?: reflexões acerca das representações femininas”. Em: Revista Famecos, vol. 18, nº. 1, pp. 131-146.
Veblen, Torsten (1983): A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Abril Cultural.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2021 Camila Marques
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Condividi allo stesso modo 4.0 Internazionale.
Los autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Los autores ceden de forma no exclusiva los derechos de explotación (reproducción, distribución, comunicación pública, transformación) a la Universidad de León, por lo que pueden establecer, por separado, acuerdos adicionales para la distribución no exclusiva de la versión de la obra publicada en la revista (por ejemplo, alojarlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro), con un reconocimiento de su publicación inicial en esta revista.
- Este trabajo se encuentra bajo la Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License. Puede consultarse desde aquí la versión informativa y el texto legal de la licencia.
- Se permite y se anima a los autores a difundir electrónicamente las versiones pre-print (versión antes de ser evaluada) y/o post-print (versión evaluada y aceptada para su publicación) de sus obras antes de su publicación, ya que favorece su circulación y difusión más temprana y con ello un posible aumento en su citación y alcance entre la comunidad académica.