Fronteiras subjetivas entre luta e violência na experiência de lutadores profissionais de MMA
DOI:
https://doi.org/10.18002/rama.v16i1.6488Palavras-chave:
Artes marciais, desportos de combate, artes marciais mistas, fenomenologiaEntidades:
Cristiano Roque Antunes Barreira's contributions to the writing of this article are the result of research supported by the São Paulo Research Foundation (FAPESP), grant # 2019/11527-6Resumo
O objetivo deste estudo é compreender as experiências de lutadores profissionais de artes marciais mistas (MMA) no trânsito psicológico entre a luta e a violência, a partir de seus próprios relatos. Entrevistas semiestruturadas foram conduzidas com uma amostra intencional de cinco participantes e sua análise foi realizada através de uma perspectiva fenomenológica. O cruzamento intencional das experiências permitiu a identificação de cinco categorias: manter o foco vs. perder a cabeça; manutenção da técnica vs. perda da técnica; sentir-se bem vs. constrangimento; desejo de se testar vs. agressão; revide desejável vs. revide desproporcional. Os resultados deste estudo indicam que a intensificação na troca combativa que conduz a passagem do primeiro ao segundo item de cada categoria é o elemento chave na transição subjetiva entre luta e violência.
Downloads
Métricas alternativas
Referências
Abramson, C. M., & Modzelewski, D. (2011). Caged Morality: Moral Worlds, Subculture, and Stratification Among Middle-Class Cage-Fighters. Qualitative Sociology, 34, 143-175. doi: https://doi.org/10.1007/s11133-010-9175-8
Amatuzzi, M. M. (2001). Por uma psicologia mais humana. Campinas: Alínea
Awi, F. (2012). Filho teu não foge à luta: como os lutadores brasileiros transformaram o MMA em um fenômeno mundial. Rio de Janeiro: Intrínseca.
Barreira, C. R. A. (2010). Uma análise fenomenológica da luta corporal e da arte marcial. IV -Seminário Internacional de Pesquisa e Estudos Qualitativos - SIPEQ, 1–8. Retrieved from https://arquivo.sepq.org.br/IV-SIPEQ/Anais/artigos/OBS3.pdf
Barreira, C. R. A. (2013). Fenomenologia do combate: da ética da luta à luta pela vida ética. In M. M. M. Massimi (Ed.), Edith Stein e a Psicologia: teoria e pesquisa (pp. 413–447). Belo Horizonte: Artesã.
Barreira, C. R. A. (2017a). A Norma Sensível à Prova da Violência: o Corpo a Corpo em Disputa Sob a Ótica Fenomenológica em Psicologia do Esporte. Revista Da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, 23(3), 278–292.
Barreira, C. R. A. (2017b). The essences of martial arts and corporal fighting: A classical phenomenological analysis. Archives of Budo, 13, 351–376.
Barreira, C. R. A. (2017c). Análise fenomenológica aplicada à psicologia: recursos operacionais para a pesquisa empírica. In M. Mahfoud & J. Savian Filho. (Ed.). Diálogos com Edith Stein: filosofia, psicologia, educação (pp. 317-368). São Paulo: Paulus.
Barreira, C. R. A. (2019). Da violência no combate: o que dizem os lutadores de MMA. Psicologia & Sociedade, 31, 1–15. doi: https://doi.org/10.1590/1807-0310/2019v31218158
Barreira, C. R. A., & Ranieri, L. P. (2013). Aplicação de contribuições de Edith Stein à sistematização de pesquisa fenomenológica em psicologia: a entrevista como fonte de vivencias. In M. Mahfoud & M. Massimi (Eds.), Edith Stein e a psicologia: teoria e pesquisa (1st ed., pp. 449–466). Belo Horizonte: Artesã Editora.
Barreira, C. R. A., & Telles, T. C. B. (2019). Reflexões sobre a violência no esporte. In K. Rubio & J. Camilo (Orgs.), Psicologia Social do Esporte (1a ed., pp. 79-104). Képos: São Paulo.
Bassetti, V., Telles, T. C. B., & Barreira, C. R. A. (2016). Toward a psychology of Jiujitsu: phenomenological analysis of the ways to combat in practitioner's experience. Revista de Artes Marciales Asiáticas, 11(2s), 86-87. doi: http://dx.doi.org/10.18002/rama.v11i2s.4185
Behnke E. A. (1996). Edmund Husserl’s Contribution to Phenomenology of the Body in Ideas II. In T. Nenon T., & L. Embree (Eds.), Issues in Husserl’s Ideas II. Contributions to Phenomenology. Springer, Dordrecht. doi: https://doi.org/10.1007/978-94-015-8628-3_8
Channon, A. (2020). Edgework and Mixed Martial Arts: Risk, Reflexivity and Collaboration in an Ostensibly ‘Violent’ Sport’. Martial Arts Studies, (9), 6–19. doi: http://doi.org/10.18573/mas.95
Channon, A., & Matthews, C. R. (2018). Love Fighting Hate Violence: An anti-violence programme for martial arts and combat sports. In T. F. Carter, D. Burdsey, & M. Doidge, Transforming Sport: Knowledges, Practices, Structures (pp. 91–104). London: Routledge. doi: https://doi.org/10.4324/9781315167909
Coelho, L. F., & Barreira, C. R. A. (2020). Transições combativas entre luta, briga e brincadeira: fronteiras fenomenológicas na Luta Greco-romana. Revista Brasileira de Psicologia Do Esporte, 10(2), 127–149.
Coelho, L. F., & Barreira, C. R. A. (2020). Transições combativas entre luta, briga e brincadeira: fronteiras fenomenológicas na Luta Greco-romana. Revista Brasileira de Psicologia Do Esporte, 10(2), 127–149. doi: http://dx.doi.org/10.31501/rbpe.v10i2.1136>
Gauthier, J. (2009). Ethical and social issues in combat sports: Should combat sports be banned? In R. Kordi, N. Maffulli, R. Wroble, & W. Wallace (Eds.), Combat sports medicine (pp. 73–88). London: Springer-Verlag.
Giorgi, A., & Sousa, D. (2010). Método fenomenológico de investigação em Psicologia. Lisboa: Fim de século.
Guilbert, S. (2004). Sport and Violence: A Typological Analysis. International Review for the Sociology of Sport, 39(1), 45-55. doi: https://doi.org/10.1177/1012690204040522
Halák, J., Jirásek, I., & Nesti, M. S. (2014). Phenomenology is not phenomenalism. Is there such a thing as phenomenology of sport? Acta Gymnica, 44(2), 117–129. doi: https://doi.org/10.5507/ag.2014.012
Hébert, J. (2000). Arts martiaux, sports de combat et interventions psychosociales. Québec : PUQ.
Jensen, P., Roman, J., Shaft, B., & Wrisberg, C. (2013). In the Cage: MMA Fighters’ Experience of Competition. The Sport Psychologist, 27, 1–12.
Mandal, P. C. (2018). Translation in Qualitative Studies: Evaluation Criteria and Equivalence. The Qualitative Report, 23(10), 2529-2537.
Martínková, I., & Parry, J. (2011). An introduction to the phenomenological study of sport. Sport, Ethics and Philosophy, 5(3), 185–201. doi: https://doi.org/10.1080/17511321.2011.602571
Matthews, C. R., & Channon, A. (2017). Understanding sports violence: revisiting foundational explorations. Sport in Society, 20(7), 751–767. doi: https://doi.org/10.1080/17430437.2016.1179735
Melo, F., & Barreira, C. R. A. (2015). Psychological Barriers Between Violence, Fight and Game: Phenomenological Transitions in the Practice of Capoeira. Movimento, 21(1), 125-138. doi: https://doi.org/10.22456/1982-8918.46298
Merleau-Ponty, M. (1996). Phenomenology of perception. Delhi: Motilal Banarsidass Publishers.
Nesti, M. (2011). Phenomenology and sports psychology: Back to the things themselves! Sport, Ethics and Philosophy, 5(3), 285–296. doi: https://doi.org/10.1080/17511321.2011.602582
Sánchez García, R., & Malcolm, D. (2010). Decivilizing, civilizing or informalizing? The international development of Mixed Martial Arts. International Review for the Sociology of Sport, 45(1), 39–58. doi: https://doi.org/10.1177/1012690209352392
Souza, R. P. De, Cirilo, S., Neves, E. B., Rosa, C., Raineh, I., Cruz, D., … De, J. O. R. (2017). Acute effect of a fight of Mixed Martial Arts (MMA) on the serum concentrations of testosterone, cortisol, creatine kinase, lactate, and glucose. Motricidade, 13(1), 30–37.
Spencer, D. C. (2009). Habit(us), body techniques and body callusing: An ethnography of mixed martial arts. Body and Society, 15(4), 119–143. doi: https://doi.org/10.1177/1357034X09347224
Standal, Ø. F. (2014). Phenomenology and adapted physical activity: Philosophy and professional practice. Adapted Physical Activity Quarterly, 31(1), 35–48. doi: https://doi.org/10.1123/apaq.2012-0064
Stenius, M., & Dziwenka, R. (2015). “Just Be Natural with Your Body”: An Autoethnography of Violence and Pain in Mixed Martial Arts. International Journal of Martial Arts, 1(1), 1-24. doi: https://doi.org/10.51222/injoma.2015.12.1.1
Telles, T. C. B., & Barreira, C. R. A. (2019). The role of pre-reflexive processes contributions from phenomenology. Revista de Artes Marciales Asiáticas, 14(2), 61–63. http://dx.doi.org/10.18002/rama.v14i2s.5959
Telles, T.C.B., Vaittinen, A., & Barreira, C.R.A. (2019). Karate, capoeira and MMA: a phenomenological approach to the process of starting a fight. Revista de Artes Marciales Asiáticas, 13(2), 114-130. doi: http://dx.doi.org/10.18002/rama.v13i2.5119
van Bottenburg, M., & Heilbron, J. (2006). De-Sportization of Fighting Contests. International Review for the Sociology of Sport, 41(3–4), 259–282. doi: https://doi.org/10.1177/1012690207078043
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2021 Leonardo Serrano Rodrigues, Jônatas Augusto Cursiol, Cristiano Roque Antunes Barreira
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Os autores que publicam nesta Revista estão de acordo com os seguintes termos:
- Os autores cedem, de forma exclusiva, os direitos de exploração (reprodução, distribuição, comunicação pública, transformação) à Universidade de Léon, podendo estabelecer, em separado, acordos adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado na Revista (por exemplo: alojar no repertório institucional ou publicá-lo num livro), com o reconhecimento da publicação inicial nesta Revista.
- O trabalho encontra-se na Creative Commons Attribution-Non Commercial-Share Alike 4.0 International License. Pode-se consultar aqui o resumo e o texto legal da licença.
- Permite-se, e sugere-se, que os autores difundam electronicamente as versões pré-impressão (versão antes de ser avaliada) e pós-impressão (versão avaliada e aceite para publicação das suas obras antes da sua publicação), favorecendo a sua circulação e difusão, e com ela o possível aumento da sua citação e alcance pela comunidade académica.